Human Coders: programação e empregabilidade

28 de outubro de 2022

Na série Human Coders de estudos sobre as perspectivas da programação no mundo moderno, já te entregamos a parte 1, que trata dos caminhos educacionais para que esse universo de milhares de oportunidades se abra para mais pessoas.

O projeto foi realizado pela Mariposa (produtora de conteúdo), com o apoio da Fundação Telefônica Vivo, e no post, você entendeu que é necessário educar (rápido!) para vencermos a carência de devs no mercado efervescido da tecnologia com metodologias modernas que possam, de cara, tornar esses ambientes digitais mais inclusivos e diversos.

Agora é hora de estabelecermos conexão com a empregabilidade em um futuro em que provavelmente todo mundo terá que entender pelo menos um pouco de programação.

É de Humanas e já ficou com o cabelo em pé?

Fique tranquilo. No fundo, o ideário popular criou um “monstro” sobre o setor que requer menos conhecimentos matemáticos do que você imagina!

A programação na Era da empregabilidade polímata

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um grupo de desenvolvedores em um escritório. Todos estão concentrados, com o olhar voltado para os monitores. Em primeiro plano, um homem, o seu óculos de grau reflete a tela do monitor que ele está utilizando. Ao fundo, duas mulheres sentadas, interagindo e trabalhando.

Não é de hoje que o concorrido mercado da tecnologia vem lutando contra seu maior impasse:  vencer as limitações do presente quando a pauta é a capacitação profissional.

Dados do relatório da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) apontam que o Brasil forma, anualmente, 46 mil pessoas em cursos tecnológicos. No entanto, o país precisaria de 70 mil profissionais para atender o mercado nacional, com alguma folga. Cenário que estabelece novas habilidades necessárias a programadores e qualquer outra profissão. Daí o apelo por pessoas de perfil polímata. Polímata?

O termo dá conta da composição entre o especialista e o multidisciplinar, falamos de pessoas que dominam conhecimentos em campos distintos, irrestritos a um único âmbito científico. No universo de TI, esses profissionais têm familiaridade com dados com uma visão de toda a cadeia de valor do negócio. Por isso, são capazes de traduzir rápido as ideias e estratégias das empresas com mais eficiência e assertividade.

Para você ter uma ideia, o mundo corporativo mira cada vez mais os disputados Chief Marketing Technology Officer (CMTO) ou, Diretores de Marketing e Tecnologia, na tradução livre. E não à toa.

Esses profissionais reúnem características que até pouco tempo eram vistas como divergentes no mercado: a da criatividade e a da análise. Só que hoje, tudo o que envolve marketing é mais guiado por dados do que era no passado, por isso, quem atua nessa intersecção quase sempre tem uma formação técnica – como administração, economia ou engenharia –  e especializações no marketing, fatores que abrem vantagens como a capacidade analítica e a intimidade com dados.

Apenas aceite: seja CFO (Diretor Financeiro), CMO (Diretor de Marketing) ou CEO (Diretor Executivo)…todos os profissionais do futuro serão um pouco CTO’s (Diretores de Tecnologia), letrados em desenvolvimento tecnológico. Porque, invariavelmente, toda empresa será de tecnologia.

O Raio-x da programação em números

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um gráfico em velas, na tela de um monitor. O gráfico de velas se estende por toda a tela, com suas variações de alta e baixa. Ao seu redor, algumas linhas de possíveis projeções. As cores na tela são de tons azul, roxo e branco.

Acima falamos que, no Brasil, a demanda anual por pessoas que programam chega a 47 mil, mas o mercado consegue formar até 29 mil. Estes números representam um gap de pelo menos 18 mil pessoas por ano e, na esteira dos valores salariais, ainda estamos atrás de alguns países.

A média salarial de devs por aqui é de US$ 11 mil por ano, cerca de R$4.500 por mês, inferior quando comparada com algumas nações da América Latina – Colômbia (US$ 11,4 mil), México (US$ 14 mil), Panamá (US$ 50 mil).

No futuro acelerado pela tecnologia, a equação de desafios adquiriu mais um protagonista: a pandemia. A crise sanitária global responsável pelo crescimento repentino da transformação digital, exerceu ainda mais pressão na demanda, que já era alta. O que foi bom, porque estamos vivendo um período recorde de abertura de oportunidades na área, com aumento de até 671% em 2020 em comparação com o ano anterior.

O segundo volume do levantamento identificou que os cargos de maior apelo por vagas no período são: Cientistas de Dados (671%), Programadores de Software (517%), DevOps (Desenvolvimento e Operações – 460%) e Web Developers (97%).

E se hoje já é difícil segurar por muito tempo esses profissionais no quadro de funcionários, as perspectivas futuras para evitar o chamado turnover – taxa de rotatividade que mede o número de colaboradores que saem de uma organização durante um curto período – não são muito animadoras: o mercado tech é o que mais sofre com o fenômeno com taxas próximas a 13%. Por isso, segundo especialistas, o setor terá que trabalhar bastante para reter devs no mundo pós-pandemia, com projetos interessantes e a apresentação de problemas complexos para manter esse time todo engajado.

Na verdade, as previsões para os próximos anos em todas as áreas depois da Covid-19 são, dramáticas. O que se espera é um tsunami de demissões voluntárias, como mostrou o relatório da Microsoft de 2021, com 41% de profissionais pretendendo mudar de emprego em 2022.

Mas como manter jornadas de trabalho engajadoras na tecnologia?

#PraTodosVerem: fotografia colorida mostra um grupo de programadores de frente para um tela, vendo várias linhas de códigos. Estão concentrados e com uma expressão de orgulho pelo o que se dedicaram a fazer. Este grupo é formado por dois homens e uma mulher.

Dados da consultoria Mercer publicados pelo Fórum Econômico Mundial em setembro do ano passado, apontam que “as marcas de maior sucesso em retenção de talentos estão alinhadas com a conexão, o progresso e o desenvolvimento do time, oferecendo sistemas de incentivo apropriados capazes de convencer colaboradores a permanecerem em seus postos, motivados a se entregarem por inteiro à missão da empresa”.

Abaixo, elencamos algumas dicas amparadas por três eixos: autonomia, propósito e domínio.

Autonomia: compreende a flexibilidade de horário das jornadas de trabalho e o empoderamento individual e coletivo do profissional. O eixo também considera a liberdade de execução com times auto-organizados, o fim da microgestão e a aposta nas decisões compartilhadas.

Propósito: aqui entram o uso de métricas de impacto, a visibilidade do progresso, o feedback positivo visível ao time, o reconhecimento, o sucesso celebrado e compartilhado, a adesão de metodologias ágeis e contribuições para a comunidade com a entrega de valor social do que foi desenvolvido pelo time.

Domínio: o eixo tem o conhecimento como foco central, por isso, reforça a necessidade de que o ambiente corporativo entregue para seus colaboradores livros, revistas e cursos on-line gratuitos, webinars, conferências e festivais, agendas fixas de hackthons, além de promover a rotação de profissionais em equipes variadas.

Deu para entender que, embora haja muito trabalho a ser feito, o mundo business do setor pretende ser, na verdade, muito mais bacana do que o da atualidade, com as velhas práticas verticalizadas que não convencem, nem fazem as pessoas felizes, mas, que muitas empresas ainda resistem em desconstruir, não é mesmo?

Se você se animou, é hora de batalhar para desenvolver seu perfil multidisciplinar para surfar nesse espetacular mundo do agora, afinal, enquanto você se mantiver pensando que ainda estamos falando do futuro, quando for ver, provavelmente, terá ficado para trás.

Confira o volume 2, na íntegra, depois, conte nos comentários, qual das profissões mais te anima após ler este post aqui!

Fonte: Dialogando - Human Coders: programação e empregabilidade Dialogando

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