Você sabe o que é infodemia?

3 de fevereiro de 2023

Se você está na casa dos 30, provavelmente se lembra dos tempos em que a notícia tinha hora para chegar. Muitas vezes, a presença do sol ainda era tímida quando o entregador lançava o jornal de assinantes no pé da porta das casas ou da portaria.

Quem não assinava, era obrigado a ir atrás da informação. E tudo bem! Porque a gente aproveitava a sagrada ida à padaria torcendo para pegar o pão quentinho e, na volta, o point eram as bancas de jornais e revistas. Com pouco mais de R$ 1,50, nosso exemplar voltava debaixo do braço e a primeira leitura quase sempre era reservada ao pai da família, que fazia questão de ler o noticiário da sua poltrona exclusiva.

Notícia checadas. Missão da manhã concluída! Agora, a próxima leva viria só no outro dia.

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um cachorro de pelagem caramelo sentado na entrada de uma casa, com um jornal enrolado preso à boca. Ao seu lado a imagem mostra uma pilha de jornais enrolados, como se tivessem se acumulado durante os dias de ausência de sua família.

Os tempos mudaram, não é mesmo? Uma rápida entrada no Twitter já nos bombardeia com links que nos levam para editorias de Política, Cidades, Cultura, Economia, Policial… e, agora, tem até aquela só de famosos, afinal, as fofocas das celebridades dão muito pano pra manga!

A internet e as redes sociais trouxeram grandes mudanças, uma delas, a aceleração da disseminação de notícias. E são tantas, que ficam velhas rapidinho. Por isso as pessoas focam as mais frescas, independentemente da relevância que tenham para suas vidas.

Manter-se atualizado é sempre muito bom, mas a enxurrada de informações cada vez mais intensa desde os anos 2000 é um fenômeno que merece alerta e já tem nome: infodemia.

Entenda.

Infodemia: o que é?

O termo apareceu pela primeira vez em 2003, no jornal Washington Post. O ano marcou o auge da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), e o jornalista norte-americano David J. Rothkopf o definiu em sua coluna como:

“Fatos misturados, com medo, especulação e boatos, amplificados e transmitidos rapidamente em todo o mundo pelas modernas tecnologias da informação que afetaram as economias nacionais e internacionais, a política e até a segurança de maneiras totalmente desproporcionais às realidades básicas”.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) só reconheceria o fenômeno em 2020, e isso porque, mais de 15 anos depois, a Covid-19, com sua avassaladora dimensão global, reforçaria o comportamento iniciado com a SARS: o medo do desconhecido refletiu no alto consumo e compartilhamento de informações, que chegavam de todas as partes.

A intenção de se informar acabou se tornando perigosa, uma vez que o fluxo intenso de notícias atrairia muita desinformação e, junto dela, os resultados negativos da infodemia: as fake news e teorias conspiratórias sem qualquer embasamento científico.

(Já corra para este link e entenda, no podcast, os perigos da desinformação para a manutenção da democracia e da segurança social!)

As causas e os efeitos da infodemia

#PraTodosVerem: imagem colorida de uma parede com uma série de telas pequenas dispostas uma ao lado da outra, conceitualizando a era da hiperdigitalização.

Dados da pesquisa Kaspersky “Infodemia e os impactos da vida digital“, de 2021, apontam que mais da metade dos brasileiros (51%) consumiram mais ou muito mais notícias em comparação a um ano normal. Naquele período, 67% dos entrevistados disseram que se sentiam saturados de tanta informação.

Os números para o balanço de outros países da América Latina seguem na mesma direção. Os peruanos foram os que mais aumentaram o consumo de notícias no período (61%), seguidos dos chilenos (53%), argentinos (52%), mexicanos (51%) e colombianos (45%). Esses últimos, se demonstraram os mais exaustos pelo bombardeio midiático de informações na pandemia (81%).

Com o aumento exponencial do número de adeptos às plataformas digitais e do protagonismo dos usuários – que deixaram de ser meros consumidores e se tornaram verdadeiros desenvolvedores de conteúdo – as mensagens que compartilhamos podem surgir de fontes duvidosas e mal-intencionadas em formatos dos mais diversos: mensagens de texto, vídeos, vlogs, áudios, podcasts, blogs, redes sociais, stories, notícias e memes a que somos expostos a cada login despretensioso em qualquer plataforma digital.

E aí é que mora o perigo. O excesso de informação em rede pode prejudicar a capacidade crítica de usuários e, consequentemente, levá-los a fazer escolhas equivocadas. A primeira delas: compartilhar conteúdo enganoso sem qualquer verificação. Um problemão quando as fake news, no caso, se espalham em velocidade 70% mais rápida que as notícias verdadeiras, não é mesmo?

Nós, do Dialogando, temos certeza de que você não vai querer fazer parte dessa corrente, por isso neste link te entregamos dicas de como identificar as fake news pelas redes!

Nos bastidores da infodemia, há muitos outros fatores envolvidos, como o estresse e os danos mentais gerados a cidadãs e cidadãos, o desprestígio com as notícias que realmente trazem verdades e a instrumentalização desonesta da notícia por grupos organizados.

#PraTodosVerem: imagem colorida de jornais sendo impressos, em alta velocidade.

Você está consciente desses males todos? Se está, bem-vindo ao nosso time! Por aqui, cada linha é apurada três quatro vezes, porque você merece receber informação honesta com a qualidade de quem reconhece que a tecnologia trouxe lindas benesses, mas é preciso consciência para fazer o bom uso dela.

Fonte: Dialogando - Você sabe o que é infodemia? Dialogando

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