Neurodiversidade nas tecnologias educacionais: garantindo segurança e inclusão

22 de fevereiro de 2024

Não existe um ser humano sequer igual a um outro no mundo inteiro. E isso porque todos temos formas específicas de pensar, aprender, resolver problemas, tomar decisões e usar os conhecimentos adquiridos ao longo da própria trajetória de vida. Mas, de modo geral, a maioria das pessoas conta com um modus operandi de funcionamento cerebral semelhante – por isso são chamadas de neurotípicas.

Só que, para outras pessoas, esse modelo de cognição é um pouco diferente – elas são chamadas, tecnicamente, de neurodivergentes, e merecem atenção especial quando a pauta é educação, já que possuem algum transtorno do neurodesenvolvimento, como autismo, TDAH ou diferentes distúrbios de aprendizagem. 

Trabalhar por neurodiversidade é lei prevista no art. 205 da Constituição Federal. Ela deve ser promovida e incentivada, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, o seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.

Nesse cenário, não tem como falar em inclusão educacional sem falar em inclusão social – esse deve ser um esforço coletivo para garantir a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, mas essa pauta, infelizmente, ainda requer o desempenho de milhares de pais, mães e ativistas para valer, na prática, em nosso país.

No conteúdo de hoje, nossa missão é entregar práticas pedagógicas seguras e diversas com base na inclusão social, para que seja possível uma construção coletiva sobre as diferentes maneiras de aprender.

Neurodiversidade e inclusão: contexto e desafios

#PraTodosVerem: fotografia colorida de duas crianças na sala de aula de uma escola interagindo com um tablet. A menina veste um suéter vermelho e o menino, uma camisa branca.

A adaptação curricular no contexto do ensino tem levantado polêmicas acerca de seus limites e significado, isso porque a adaptação no âmbito da educação especial, historicamente, tem justificado a eliminação de conteúdos programáticos e, consequentemente, facilitado a submissão de estudantes a realidades discriminatórias.

Isso gera problemas de muitos níveis, já que é preciso que todos tenham o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza.

Claro que, para isso, não existem métodos simples e a verdade mesmo é que professores e gestores de escolas ainda são pouco preparados para lidar com as diferenças.

Algumas escolas têm uma postura mais aberta e receptiva em relação às orientações de especialistas, mas outras muitas vezes apresentam discursos contrários às estratégias de inclusão – o que quase sempre se justifica pela ausência e desinteresse dos órgãos públicos.

Tal fator torna-se mais preocupante aliado à carência tecnológica das instituições de ensino do país. Mas, afinal, como é possível utilizar inovações para que crianças e jovens tenham um espaço seguro para desenvolver seus interesses, aprender mais e se divertir?

Conheça ferramentas muito bem avaliadas para alguns grupos, a seguir.

Tecnologia segura na aprendizagem do aluno com TEA – Transtorno do Espectro Autista

Estudantes com o espectro autista têm demandas específicas em relação à educação e precisam de diferentes estímulos para que esse processo seja engajador.

Uma dificuldade bastante comum de docentes e gestores de escola é a dificuldade de acesso a informações de qualidade sobre as reais necessidades das pessoas neurodivergentes e à capacitação e treinamento.

Dados e descobertas sobre o autismo se encontram, em sua maioria, em publicações em inglês e, de acordo um levantamento da British Council, apenas 5% da população brasileira sabe se comunicar no idioma.

Nesse contexto, surgiu o Jade Edu, aplicativo cujo objetivo é tornar o aprendizado mais adequado para alunos autistas e, ao mesmo tempo, facilitar o acesso ao conhecimento e informações sobre o espectro para os profissionais.

A plataforma conta com exercícios para o estímulo cognitivo, que vai desde a alfabetização e os princípios matemáticos até exercícios de coordenação motora fina e outros.

A tecnologia, totalmente nacional e usada em mais de 150 países, auxilia educadores no acompanhamento desses alunos com matérias complementares, atividades para aplicação em sala e apoio dos especialistas da própria plataforma.

Tecnologia segura na aprendizagem do aluno com dislexia

A dislexia é caracterizada pela dificuldade no reconhecimento fluente das palavras, além da decodificação e soletração delas.

Esses estudantes já contam com o EduEdu, aplicativo que reúne avaliações e materiais didáticos de língua portuguesa para crianças entre o 1º e o 3º ano do ensino fundamental, e também atende os anos finais da educação infantil – alunos de 4 e 5 anos.

Após uma avaliação inicial, a ferramenta identifica as áreas em que os alunos precisam de apoio e desenvolve atividades personalizadas para cada um. Além de acompanhar a evolução do usuário, a plataforma também monitora o seu processo, gerando novas atividades quando necessário.

Tecnologias seguras na aprendizagem do aluno com TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

Hoje se fala mais dele, mas muitos adultos descobriram, só recentemente, que passaram a vida enfrentando dificuldades de aprendizado justamente por conta do TDAH – condição neurológica comum que afeta significativamente a capacidade de um aluno para se concentrar, manter-se organizado e concluir tarefas, o que pode resultar em desafios acadêmicos substanciais.

Nesse cenário, o uso da tecnologia como suporte para alunos com TDAH representa um campo emergente na educação – tecnologias assistivas e aplicativos educacionais específicos têm sido desenvolvidos para atender às necessidades únicas desses alunos, recursos que incluem softwares e apps que ajudam a organizar tarefas, focar a atenção e proporcionar estímulos sensoriais apropriados.

Caso do ModMath, desenvolvido pelos pais de uma criança com disgrafia e dislexia. A plataforma também é muito indicada para alunos com TDAH com dificuldades matemáticas. O aplicativo simplifica os problemas da disciplina e orienta os usuários na resolução das equações.

O Brain Focus vem colaborando para amenizar os sintomas do mau gerenciamento do tempo, o que afeta a produtividade do aluno que precisa conviver com o transtorno.

Baseado na técnica Pomodoro – que divide o trabalho em intervalos e pausas curtas – ainda bloqueia aplicativos e notificações desnecessárias na hora da aprendizagem para que não haja distrações.

#PraTodosVerem: fotografia colorida uma menina sentada ao sofá de uma sala montando brinquedos coloridos em formatos diversos. Ela está concentrada na ação, veste um moletom amarelo e usa óculos de armação preta.

Está por dentro de ferramentas úteis que podem se somar a todas essas dicas?

Compartilhe nos comentários e vamos juntos trabalhar com segurança para que a neurodiversidade ganhe destaque e, consequentemente, a agenda para o desenvolvimento da educação humanizada no planeta!

Fonte: Dialogando - Neurodiversidade nas tecnologias educacionais: garantindo segurança e inclusão Dialogando

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