60+: como garantir a segurança digital da terceira idade

28 de fevereiro de 2024

Lembra quando a temporada de férias na casa de nossas avós muitas vezes terminava em lágrimas na hora da partida? Quando a gente entrava no carro para retornar, muitas sucumbiam ao choro – demonstração do afeto de quem curte o corre-corre, a gritaria e não perde a oportunidade de preparar um bolinho de chuva ao som do primeiro trovão anunciando que alguma tempestade está para chegar.

Envelhecer vem sendo um processo menos solitário desde que a internet se popularizou, colaborando para a inclusão digital da terceira idade – as palavras cruzadas da revista foram perdendo o protagonismo para o jogo da Paciência, que ficou bem mais acessível pelas telas de notebooks e smartphones.

E que bem fazem esses jogos para a cabeça de quem tem cabelo branco!

Estudos mostram que a prática dos games online traz benefícios de todos os níveis para a turma 60+, maioria ligados ao aprimoramento da cognição, com melhoras visíveis no campo da memória, raciocínio, velocidade de processamento das informações e tomada de decisão.

As redes também vêm trazendo outras formas de entretenimento, especialmente para aqueles que não dispensam um Facebook, WhatsApp ou Instagram.

Pesquisadores responsáveis pelo estudo Mídias sociais e terceira idade: influência na prática de atividades físicas e recreativas, perceberam que essas plataformas aumentam até a autoestima do grupo e afirmam que as novas tecnologias têm um papel de suma importância porque quebram as barreiras em relação à utilização das ferramentas digitais. O saldo não poderia ser mais positivo, já que o uso acaba sendo um enorme aliado, pois os torna independentes.

Mas o comportamento às vezes despreocupado desse público também faz dele um alvo fácil de gente mal-intencionada na internet.

Por isso claro que no mês da campanha Conectando inclusão e segurança digital os Baby Boomers não poderiam ficar de fora.

Conheça alguns números!

A terceira idade na era digital em números

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um casal da terceira idade sentado no banco de uma praça. A senhora mostra algo que vê no celular para seu parceiro.

Eles tomaram a internet de assalto! O percentual de pessoas com mais de 60 anos no Brasil navegando na rede mundial de computadores cresceu de 68%, em 2018, para 97%, em 2021, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

E o último levantamento da Kantar IBOPE Media mostra que essa turma se amarra nas redes sociais. Houve um aumento significativo de presenças do público entre 65 e 75 anos nessas plataformas – entre 2015 e 2022, a alta de adesões foi de 4.937% no Instagram, 886% no YouTube, 707% no WhatsApp e 255% no Facebook.

Por isso, para 81%, elas aparecem na lista de atividades favoritas da terceira idade na internet.

O WhatsApp, aliás, é a rede de relacionamento mais usada (92%). A ferramenta de comunicação instantânea facilita muito a vida de idosos porque é de fácil usabilidade. Mas o lado ruim é que ela é quase sempre a porta de entrada para o consumo e compartilhamento de notícias falsas, motivo que aumenta a responsabilidade dos jovens na educação digital das pessoas mais velhas.

Seus hábitos de compra podem até incluir itens como bengalas, medidores de pressão, meias de compressão e medicamentos, mas eles não abrem mão do e-commerce para adquirir eletrodomésticos e artigos eletrônicos. Pelo contrário! Estão aderindo cada vez mais a produtos com tecnologia de ponta. Mas também! Quem não quer ficar de boas enquanto o robô aspira a casa e passa pano sozinho, não é mesmo?

Os 60+ consomem, aliás, cerca de R$ 1,6 tri por ano, ainda assim, muitas marcas não contam com projetos direcionados para eles.

Mas por que a segurança digital de idosos precisa estar no radar?

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um casal de idosos tirando uma selfie na sala de estar de uma casa.

Porque, infelizmente, esse público está mais exposto aos riscos.

No ano passado, o Disque 100, do governo federal, registrou mais de 15 mil denúncias de violações financeiras ou materiais contra idosos só nos cinco primeiros meses do ano – alta de 70% no número de golpes em relação a 2022.

Fraudes online e por e-mail costumam ser as armadilhas mais comuns.

De acordo com o Serasa Experian, golpistas usam a tática do phishing com o envio de mensagens falsas, projetadas para parecerem legítimas, de instituições financeiras conhecidas, sites de compras ou serviços governamentais. E o problema é que essas mensagens podem solicitar informações pessoais, senhas, números de cartão de crédito ou até mesmo induzi-los a clicar em links maliciosos que infectam seus dispositivos com malwares.

Dicas básicas para educá-los para a segurança digital

Agora que você já sabe que tem muita gente querendo fisgá-los por aí, entenda como orientar a terceira idade para a adoção de comportamentos online primordiais.

1. Converse sobre a abertura de e-mails e links de origem desconhecida

Reforce a importância de não abrir e-mails desconhecidos, principalmente se contarem com links na mensagem.

A primeira checagem deve ser: quem me mandou a mensagem? É alguém que conheço ou alguém de quem nunca ouvi falar?

O envio de links fraudulentos que levam para websites mal-intencionados é muito comum via e-mail e redes sociais. Daí a importância de falarmos da inclusão digital da terceira idade, especialmente agora, no auge das transações no e-commerce.

Ajude a aprenderem a verificar o cabeçalho completo da mensagem, para ver tanto o endereço de e-mail do remetente quanto o endereço de resposta, não apenas o nome exibido na caixa de entrada, que pode ser falso.

Peça para que excluam o e-mail e não abram qualquer link na mínima suspeita de fraude, imediatamente.

2. Oriente sobre o compartilhamento de senhas 

É muito comum as pessoas que não fazem maldades acreditarem que outras não o farão também. Por isso a inclusão digital da terceira idade passa por um eixo fundamental: explicar para o idoso que o compartilhamento de senha não pode ser feito, principalmente com pessoas estranhas. Se for necessário, esse procedimento deve envolver apenas alguém de extrema confiança.

Na hora de criar uma senha, não deixe de pedir para que evitem sequências numéricas (12345, por exemplo), datas comemorativas e de nascimento ou nomes de parentes conhecidos e qualquer outra informação que possa ser de fácil acesso, como aquelas encontradas em uma breve busca no Google e nas redes sociais.

3. Explique os cuidados necessários no compartilhamento de informações

Uma das dicas de segurança digital mais relevantes para idosos (porque podem afetar mais pessoas) diz respeito ao cuidado com as informações falsas compartilhadas: as malfadadas fake news.

Neste link, a gente te explica certinho como identificá-las nas eleições, mas ele serve para tudo. De qualquer forma, os instrua a sempre suspeitar de mensagens que apelem demais para o emocional ou que apresentem títulos escandalosos ou alarmantes.

Além de não correrem o risco de compartilhar informações duvidosas, a conduta ainda evita que cliquem no link de uma notícia falsa, que pode conter vírus responsáveis por prejudicar a performance do dispositivo eletrônico ou por abrir brechas para a invasão de cibercriminosos.

4. Mostre os cuidados com compras em lojas virtuais

A consolidação do e-commerce foi definitiva para a proteção da terceira idade, especialmente no auge do período pandêmico, quando a covid deu conta de que o grupo era (ainda é, infelizmente!) o de maior risco.

O duro é que muitos golpes, como o roubo de informações pessoais e dinheiro, acontecem quando o internauta acessa sites fraudulentos que se passam por lojas online criadas apenas como meio de realizar práticas criminosas.

Nesse cenário, mostre para o idoso a necessidade de pesquisar o site em que está comprando e de desconfiar das ofertas com valor muito abaixo do mercado, afinal, uma geladeira frost free com duas portas jamais será vendida por R$ 1.000 não é mesmo? Ou um medicamento de R$ 600, por apenas R$ 20.

Outra sugestão é indicar o uso de mecanismos de busca (Google, Bing, entre outros) para conferir se a loja virtual é confiável ou não.

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um senhor à frente de um notebook. Ele usa fones de ouvido com um microfone acoplado ao dispositivo.

Lembre-se de que esse público não tem a mesma familiaridade dos mais jovens com o universo da tecnologia e nem a mesma velocidade de aprendizado, então, a dica de ouro é periodicamente repassar todas as orientações com eles para que não caiam no esquecimento.

Busque colocar em prática esses ensinamentos com calma, empatia e jamais se esqueça de que amanhã o próximo cabelo branco estará no topo da sua própria cabeça!

Entendeu a importância desse conteúdo?

Então passe ele pra frente!

Fonte: Dialogando - 60+: como garantir a segurança digital da terceira idade Dialogando

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