A “invasão” de um território dominado

7 de janeiro de 2016

A inserção dos pais no mundo virtual ameaça a tranquilidade dos filhos e a explicação na maioria das vezes é uma só: a possibilidade de constrangimento. As situações embaraçosas que envolvem a relação entre os adultos e os mais jovens nas redes sociais são inúmeras. Tanto que várias páginas foram criadas para reunir algumas delas. “Minha Mãe Tá no Face”, por exemplo, recebe sugestões dos próprios usuários. São broncas, declarações melosas, paparicos e conselhos inusitados que fazem os filhos se sentir envergonhados.


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A advogada Tatiane Gonçalves, mãe de Beatriz, de 15 anos, conta que aprendeu a ser mais discreta na relação on-line com a filha depois de errar muito. “Uma vez, levei uma bronca da minha filha ao perguntar no Facebook se ela tinha melhorado da dor de cólica. O meu deslize foi escrever uma mensagem pública e não por inbox”, lembra aos risos.

Agora, com a mãe craque no uso das redes, Beatriz se empenha em dar aulas às tias que não têm tanta familiaridade com os ambientes digitais. “Quando posto fotos com meus amigos, uma delas sempre pergunta – Qual desses é o namorado? – É muita vergonha”, diz ela.

Mais do que saber usar as ferramentas tecnológicas, cabe aos adultos adotar uma etiqueta virtual. É o que defende a psicóloga Elisangela Gregori. “Constranger é invasão de privacidade. Os adultos precisam estar presentes, mas com equilíbrio, respeitando os limites”, afirma.

As regras nas redes sociais são semelhantes às de qualquer outro espaço público:

  • → Mesmo que a conversa na rede social seja pública, nem todos estão convidados a participar, é como se intrometer onde você não foi chamado.
  • → Se quiser ensinar algo ou chamar atenção de seu filho, a melhor forma de fazer isso é falando olho no olho, chame-o para uma conversa em particular.
  • → Se você tem um filho pequeno, pense duas vezes antes de publicar por impulso cada gesto e comportamento dele. Lembre-se que ele vai crescer e conviver com sua história digital.
  • → Descobrir a senha, acessar escondido ou usar programas espiões para vigiar a vida online de seu filho pode quebrar a relação de confiança entre vocês. Caso queira acompanhar mais de perto, converse com ele e estabeleça acordos transparentes.
  • → Lembre que cada rede social e cada aplicativo tem uma idade mínima para o uso e termos a serem aceitos. Na dúvida, de uma olhada nos Termos de Uso e nas Regras de Privacidade da Rede/Aplicativo em questão para que possa negociar a autorização ou não.
  • → A regra de ouro é: avalie sempre a maturidade de sua/sua filho para que possa ampliar as liberdades assim que eles demonstrarem responsabilidade com as regras combinadas.
Fonte: Dialogando - A “invasão” de um território dominado Dialogando

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