O acesso à internet acontece cada vez mais cedo, e não é difícil entender o porquê. Jogos, vídeos, redes sociais, pesquisas escolares e mensagens com os colegas fazem parte do dia a dia de crianças e adolescentes. Isso sem falar na junção cada vez mais indiscutível entre educação e internet. Só que, junto com essas oportunidades, surgem também desafios que não podem ser ignorados.
E neste cenário, tem ganhado cada vez mais atenção a forma como os pais devem atuar na educação digital dos filhos. Afinal de contas, qual é a melhor forma de acompanhar, orientar e proteger os filhos, sem invadir ou proibir demais?
Essas são algumas das perguntas que precisam fazer parte da rotina das famílias. Afinal, educação e internet não são assuntos separados: hoje, estão totalmente conectados — e a orientação começa dentro de casa. E é por isso que estamos aqui hoje. Falaremos aqui sobre:
- Educação e internet: uma reflexão para os pais;
- Comportamento de crianças e adolescentes na internet;
- Dicas para controle parental.
Boa leitura!
Educação e internet: uma reflexão para os pais

Crianças brasileiras começam a usar a internet, em média, aos nove anos de idade. Porém, na prática, esse contato pode começar bem antes, principalmente com o uso compartilhado de dispositivos dos pais.
Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos usam a internet no país, principalmente pelo celular e dentro de casa. E é exatamente nesse ambiente que o papel dos pais se torna essencial.
Isso porque a internet oferece conteúdos de todos os tipos, nem sempre adequados para cada faixa etária. Somado a isso, ela abre portas para interações com desconhecidos, cyberbullying, desinformação e dependência de telas.
Mas o ponto é outro: a família, mais que controlar, tem como papel o de orientar. A relação entre pais, filhos e internet precisa ser construída em uma base de confiança e diálogo.
Quando pais e mães participam da vida digital dos filhos, estabelecem vínculos que fortalecem a capacidade das crianças de tomar decisões mais seguras e responsáveis no ambiente online (e fora dele). Sendo assim, tão importante quanto impor limites rígidos, é ter como objetivo ensinar a navegar com consciência. E fortalecer os laços de confiança.
Comportamento de crianças e adolescentes na internet
Entre vídeos curtos, salas de bate-papo e conteúdos virais, os jovens desenvolvem parte importante da sua identidade digital. É nesse ambiente que eles constroem vínculos, se expressam e aprendem. Porém, também se expõem a riscos como:
- Conteúdos inapropriados para a faixa etária.
- Cyberbullying e discurso de ódio.
- Desinformação e fake news.
- Golpes e tentativas de fraude.
- Superexposição de dados pessoais.
A criação de perfis em redes sociais, por exemplo, exige atenção especial. Embora algumas plataformas permitam acesso a partir dos 13 anos, a maioria das crianças começa a usar redes sociais antes disso, muitas vezes sem supervisão — o que aumenta a exposição a comportamentos de risco.
Dados da Agência Brasil mostram que aumentou o número de crianças e jovens infratores por crimes cometidos na internet. Por isso, observar jovens sem grupos de amigos, acompanhar aqueles que já sofreram violência e limitar o uso de internet é importante para coibir este tipo de comportamento.
Mais que impor regras, os pais precisam ajudar os filhos a compreender o que estão vivendo no ambiente digital. Isso significa perguntar, conversar e, principalmente, escutar. A confiança é o principal caminho para construir uma relação saudável com a tecnologia (e na vida).
Essa presença ativa também pode envolver o acompanhamento do tipo de conteúdo que os filhos produzem ou consomem. Uma dica importante é observar como as crianças usam a linguagem nas redes — o famoso internetês —, que além de ser uma gíria para escrever mais rápido, tem acendido um alerta entre os especialistas, por causa dos códigos que alguns jovens podem usar.
Dicas para controle parental

Agora que está cada vez mais claro a importância do cuidado com os conteúdos que as crianças acessam, é possível reconhecer que, se a tecnologia está presente, o controle parental também precisa estar. Mas isso não significa vigilância constante ou invasiva. O foco aqui é construir um ambiente digital seguro e equilibrado — com o apoio de ferramentas, combinados e muito diálogo.
Veja algumas dicas para aplicar esse controle de forma eficaz e acolhedora:
1. Estabeleça regras claras de uso
Combine horários para o uso de dispositivos, defina locais da casa em que o acesso pode ou não ocorrer e deixe claro que redes sociais e apps não são espaços sem limites. Crianças e adolescentes precisam de estrutura para se sentirem seguros.
2. Navegue junto
Conheça os jogos, vídeos, aplicativos e influenciadores que seu filho acompanha. Estar presente é uma forma de orientar — e, mais que isso, de construir vínculos e confiança.
3. Use ferramentas de controle parental
Plataformas como o YouTube Kids, os recursos de restrição do Google Family Link ou apps de monitoramento como o Qustodio podem ajudar a proteger os filhos de conteúdos inadequados e a limitar o tempo de tela. São aliados valiosos, especialmente para as idades mais baixas.
Segundo um guia da Qustodio, adaptar o nível de controle conforme a idade é uma prática essencial para garantir segurança sem prejudicar a autonomia.
4. Ensine a identificar riscos
Converse sobre privacidade, golpes, senhas seguras e comportamentos suspeitos. Crianças bem informadas tendem a agir com mais responsabilidade online — e a pedir ajuda quando algo estranho acontecer
Neste artigo, reunimos cinco passos simples para ensinar segurança na internet. Vale conferir e aplicar com a família.
5. Incentive pausas e atividades offline
A internet não deve ser a única forma de lazer. Promova passeios, jogos em grupo, leitura e esportes. Essas experiências são fundamentais para o desenvolvimento social e emocional das crianças — e ajudam a equilibrar o tempo de tela com outras vivências.
E vale lembrar: o tempo de tela excessivo também pode afetar o sono, a concentração e o convívio social. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o ideal é limitar o tempo de tela conforme a idade e estabelecer rotinas que combinem online e offline.
Até porque, se por um lado o digital abre espaço para criatividade, socialização e aprendizado, por outro, o uso exagerado dos dispositivos pode causar efeitos negativos, como fadiga mental, distúrbios do sono, queda no rendimento escolar e dificuldade de ligação emocional.
Pronto para unir o melhor da educação e internet na sua família?
Educar para o uso responsável da tecnologia é uma tarefa que exige atenção, presença e atualização constante. Mais que controlar, os pais precisam participar, orientar e dialogar com os filhos sobre a vida online — porque é ali que muitos momentos importantes acontecem.
O que a experiência mostra é que, quando existe envolvimento da família, o ambiente digital se torna mais seguro, leve e positivo. E, com isso, todos ganham: pais, filhos e a própria relação com a tecnologia.
Educação e internet não são caminhos opostos — são caminhos que podem ser trilhados juntos, com responsabilidade e afeto. E se você gostou deste conteúdo e quer continuar aprendendo sobre parentalidade, saiba que aqui no Dialogando nós falamos sobre uma internet mais segura, para a construção de um mundo melhor.
Até a próxima!
Sem precisar de fazer fortes pressões, vigiar e dá limites ao uso da mesma.
A opinião dos nossos internautas é muito importante para o Dialogando. Obrigado pelo comentário, Francisco! ?
Gostei
Bom saber que gostou, Ivo! Temos também outros textos na área de Educação ?
É difícil dar uma opinião assim, de pronto. Todavia, concordo com as abordagens, mas elas poderiam ser mais objetivas.
Bacana.
Legal.