Fake news, o mal da era digital

31 de agosto de 2018

O volume e o consumo de informações aumentaram vertiginosamente, notícias surgem a cada minuto. No entanto, nem tudo que é compartilhado na rede é necessariamente verdadeiro.

A partir de sucessivos compartilhamentos, sem que ninguém se preocupe em verificar a autenticidade dos fatos, nascem as fake news, também chamadas de notícias falsas.

De acordo com o consultor em novas tecnologias e blogueiro Armindo Ferreira, é mais difícil conter as fake news no Whatsapp.

Isso ocorre porque normalmente quem envia o conteúdo falso é do círculo de convívio. O receptor da mensagem atribui a autenticidade da informação a alguém que ele confia.

Já no Facebook, para o sócio e head de estratégia e inovação da ClearSale, Bernardo Lustosa, a própria plataforma funciona como um moderador, o que não ocorre no WhatsApp.

É praticamente impossível impedir a veiculação das notícias falsas no aplicativo de mensagem. Ele funciona como uma rede ‘fechada’, ou seja, conversas entre amigos. Portanto, impedir as notícias falsas seria o mesmo que impedir amigos de falarem mentiras em conversas particulares”, explica Lustosa.

Em entrevista ao site Poynter, o líder de comunicações de políticas do WhatsApp, Carl Woog, disse: “o WhatsApp foi projetado para manter as informações das pessoas seguras e privadas para que ninguém possa acessar o conteúdo das mensagens”.

Sobre as fake news, Woog reconheceu o desafio e afirmou que a equipe está pensando em maneiras de manter o aplicativo seguro.

Para a professora da PUC-SP e pesquisadora em mídias digitais com foco atual em fake news, Pollyana Ferrari, nenhuma ação das plataformas digitais será totalmente segura.

Ela explica que é preciso educar os usuários, não se deve repassar nada antes de checar. “O compartilhar deve ser ético e com senso crítico”, enfatiza.  

Lustosa acredita que o WhatsApp teria condições de “ler” as conversas e poderia conter a disseminação de fake news através de inteligência artificial, mas perderia credibilidade com o usuário ao bloquear uma mensagem com possível conteúdo falso.

Já Armindo ressalta: “quem compartilha uma notícia falsa quer acreditar que aquilo é verídico por confirmar de alguma forma uma crença pessoal e, não pela veracidade em si”.

Ele pondera que as empresas presentes no meio digital têm condições de informar melhor os usuários e devem promover campanhas de conscientização sobre os efeitos que as notícias falsas podem causar.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, as fake news são motivadas:

  • com o intuito de enganar o leitor;
  • com algum objetivo escondido do público;
  • com a propagação acidental de fatos enganosos;
  • ou com a intenção de fazer piada e gerar humor.

Não foi à toa que o termo em inglês se popularizou durante a campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O que antes era chamado de boato ganhou status de notícia e, com o grande poder disseminador das redes sociais, se propaga cada vez mais rápido, principalmente no WhatsApp.

Como reconhecer e evitar fake news?

  • Normalmente trazem a mensagem para que seja compartilhada para o maior número de pessoas.
  • Quando receber uma notícia de uma fonte desconhecida, desconfie, visite o site e veja se esta notícia também está sendo veiculada por fontes legítimas.
Fonte: Dialogando - Fake news, o mal da era digital Dialogando

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