Game Disorder: o transtorno dos jogos eletrônicos

8 de fevereiro de 2021

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu, na 11ª edição do documento International Classification of Diseases (conhecido em português como Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde ou pela sigla CID), a definição de um novo transtorno de saúde: a game disorder ou transtorno dos jogos eletrônicos.

No documento, abreviado como CID-11, a game disorder é definida como um padrão de dependência causado pelos jogos eletrônicos, caracterizado pelo comportamento obsessivo em relação aos jogos, suprimindo qualquer outro interesse ou atividades que não sejam os games, prejudicando a saúde física e mental do portador do transtorno.

Para realizar o diagnóstico, segundo a OMS, é preciso que o comportamento seja observado por, no mínimo, 12 meses e que as consequências do vício sejam severas o suficiente para resultar em impactos na vida social, familiar, educacional e profissional do indivíduo.

Ou seja, gostar de jogos eletrônicos e consumir jogos, mesmo que por longos períodos de tempo, não significa necessariamente que haja um transtorno. Pesquisadores e cientistas vêm desenvolvendo estudos acerca dos benefícios dos jogos eletrônicos nas áreas cognitivas, motivacionais, emocionais e sociais dos seres humanos.

Alguns dos benefícios documentados em um estudo da American Journal of Play, em 2014, incluem:

  • Sensibilidade de contraste visual aprimorada: 50 horas de jogos eletrônicos de ação, divididas em pequenos períodos entre 10 e 12 semanas, aumentaram a sensibilidade de contraste visual dos voluntários de teste (a habilidade de distinguir diferenças sutis de cores e tons de cinza);
  • Melhor atenção espacial: jogos de ação estimulam a atenção e performance espacial (a habilidade de distinguir e localizar objetos e alvos ao redor ignorando distrações);
  • Impulsividade reduzida: jogos de estratégia podem reduzir a impulsividade em situações de tensão e adrenalina;
  • Superação da dislexia: 12 horas de jogos eletrônicos podem melhorar casos de dislexia em crianças que realizaram testes de leitura e escrita após os estudos com videogames.

Além dos benefícios citados acima, ainda foram constatados que jogos eletrônicos, quando consumidos de forma moderada e responsável, podem aprimorar a habilidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, reduzir o deterioramento cognitivo natural do envelhecimento e melhorar habilidades profissionais, como foco, atenção e processo de decisões.

Fonte: Dialogando - Game Disorder: o transtorno dos jogos eletrônicos Dialogando

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