Precisamos discutir sobre a exploração sexual infanto-juvenil

25 de fevereiro de 2018

Não é de hoje que se fala sobre os perigos de uma rede tão abrangente quanto a internet, principalmente quando pensamos em crianças e adolescentes interagindo com todo o tipo de pessoa, de qualquer lugar do mundo.

Mesmo sendo um lugar de encontro e aproximação, com a atuação de pessoas mal-intencionadas, a internet pode se tornar um espaço de crimes sérios – como é o caso da exploração sexual de crianças e adolescentes.

Primeiro, é importante entender a diferença entre abuso e exploração sexual. A Childhood Brasil, organização que promove a proteção da infância e adolescência, distingue a natureza desses dois tipos de violência sexual pelo quesito comercial que a segunda carrega, mesmo sendo ambas violações dos direitos humanos e do direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

A definição dada para exploração sexual é a “relação sexual de uma criança ou adolescente com adultos, mediada pelo pagamento em dinheiro ou qualquer outro benefício” e as formas mais comuns apontadas são pornografia e tráfico para fins sexuais.

Os dados sobre os conteúdos dessa natureza que circulam na internet trazem à tona uma realidade triste. Segundo uma pesquisa realizada pela INHOPE (International Association of Internet Hotlines), em 2014 existiam mais de 89,5 mil URLs contendo materiais com abuso sexual infantil explícito, sendo que apenas 7% eram duplicatas.

As vítimas em sua maioria são meninas pré-púberes. A psicóloga e assistente social com especialização em Políticas de Atendimento à Criança e ao Adolescente, Adriana Turbay, aponta que “os assédios e as buscas por vítimas se tornaram mais contundentes com a internet”, já que é um espaço propício para aliciamento sexual infantil e divulgação de pornografia infantil.

No entanto, a rede é também um lugar de combate e de cumprimento do artigo 34 da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança – que assegura a proteção de crianças contra todas as formas de exploração e violência sexual.

Os criminosos deixam pistas e muitas vezes encontram do outro lado da tela pessoas que acabam denunciando. A partir dessas denúncias, as delegacias de crimes cibernéticos podem fazer o monitoramento, rastrear os computadores e smartphones, que por vezes contêm materiais físicos que comprovam o crime.”, complementa Adriana.

Apesar ser papel do estado assegurar às nossas crianças e adolescentes esse direito, todos nós podemos fazer parte do combate a esse crime.

  1. Mesmo sendo um assunto delicado, é muito importante explicar para crianças e adolescentes os riscos que a internet pode apresentar. Também é preciso aconselhá-los a não responder, bloquear e denunciar os contatos de adultos desconhecidos.
  2. Manter o diálogo aberto com eles também é imprescindível. A criança ou adolescente precisa ter uma rede de apoio acolhedora para que se sinta à vontade para conversar – e denunciar, caso esteja em uma situação de abuso ou exploração sexual.
  3. Um estudo realizado pela Internet Watch Foundation mostra que mais de 90% dos conteúdos de exploração sexual de crianças e adolescentes foram captados por webcams de notebooks ou celulares, por isso é essencial monitorar o uso que crianças e adolescentes fazem dessas tecnologias.
  4. Se você entrar em contato com qualquer tipo de exploração sexual, em especial de crianças e adolescentes, DENUNCIE. No Brasil, procure conselhos tutelares ou varas da infância e juventude. Faça sua denúncia pelo número Disque 100 ou pelo aplicativo PROTEJA BRASIL.
  5. Não sabe como lidar com uma situação perigosa ou de vulnerabilidade? Procure ajuda! Existem canais de apoio, como o do SaferNet, que explicam maneiras seguras de usar a internet e orientam crianças adolescentes e seus próximos que vivenciaram situações de violência on-line como humilhações, intimidações, chantagem, tentativa de violência sexual ou exposição forçada em fotos ou filmes sensuais.

Manter a segurança de crianças e adolescentes deve ser a prioridade de pais e responsáveis dentro do ambiente digital. Portanto, se encontrar algum tipo de material suspeito, denuncie usando os canais de denúncia disponíveis.

Fonte: Dialogando - Precisamos discutir sobre a exploração sexual infanto-juvenil Dialogando

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