No Dia do Consumo Consciente, entenda o que mudou no comportamento dos brasileiros

15 de outubro de 2025

Você considera que consumir tem se tornado ato cheio de significado? Isso porque, mais do que escolher o que colocar no carrinho, estamos cada vez mais atentos ao impacto de cada compra. Seja no meio ambiente, na sociedade e na nossa rotina.

E não é só impressão: de 2018 para cá, muita coisa mudou. Passamos por uma pandemia, aceleramos uma revolução digital sem precedentes e presenciamos um aumento nas discussões sobre clima, saúde, propósito e consumo. E é neste contexto que o Dia do Consumo Consciente, celebrado em 15 de outubro, se torna ainda mais simbólico.

Mais do que uma data no calendário, ou um mês para falarmos sobre consumo, este é um grande lembrete de que cada decisão de compra é também uma escolha que começa com a nossa voz. 

É por isso que hoje estamos aqui, para falar sobre:  

  • Origem do dia do consumo consciente;
  • Novas motivações para consumir melhor;
  • Desafios do consumo.

Boa leitura! 

Dia do consumo consciente: origem e propósito

Instituído pelo Ministério do Meio Ambiente em 2009, o Dia do Consumo Consciente nasceu com o propósito de incentivar hábitos mais sustentáveis e equilibrados, tanto para o planeta quanto para o bolso. A proposta é simples, mas poderosa: refletir sobre o que compramos, como utilizamos e o que fazemos com o que sobra.

Sim, cada produto carrega uma história. Seja a de quem o produziu, dos recursos usados, do destino do que sobra. E ao entender esse ciclo, passamos a enxergar o consumo não apenas como um ato econômico, mas também ético e social. 

Essa consciência vem crescendo. Em 2018, por exemplo, o Instituto Akatu mostrava que 38% dos brasileiros já tinham adotado práticas sustentáveis, como economizar água, reduzir desperdícios e separar o lixo.

Cinco anos depois, os números são ainda mais expressivos. O relatório mais recente da série, o Vida Saudável e Sustentável 2023, do Akatu em parceria com a GlobeScan, revela que 8 em cada brasileiros ouvidos quer reduzir bastante o impacto pessoal sobre o meio ambiente e a natureza. Essa é uma das taxas mais altas entre 31 países analisados. 

O retrato do consumidor consciente no Brasil: o que mudou de 2018 para cá

De lá para cá, o perfil do consumidor consciente ganhou novas questões e camadas. Por exemplo, a pandemia acelerou a reflexão sobre o que é essencial, enquanto as redes sociais ganharam ainda mais destaque, ampliando o acesso à informação e tornando as marcas mais expostas às cobranças por transparência.

Nesse cenário, a pesquisa do Akatu aponta que 55% dos entrevistados, inclusive, afirmaram que estariam dispostos a pagar mais por produtos ou marcas que trabalham para melhorar a sociedade e o meio ambiente.

Só que isso não significa que esses consumidores querem a mesma coisa e o mesmo produto ou serviço: na verdade, na esteira das transformações, o perfil do consumidor consciente também está a cada dia mais diverso.

Ainda assim, é possível dizer que esse cliente busca informações antes de comprar, valoriza empresas com práticas reais de responsabilidade social e dá preferência a marcas locais e de menor impacto ambiental. 

Entre os comportamentos mais comuns estão:

  • Pesquisar a origem dos produtos;
  • Evitar desperdícios e embalagens plásticas;
  • Reutilizar ou doar itens;
  • Apoiar marcas com compromissos ambientais transparentes.

O consumo consciente se tornou, portanto, parte de um estilo de vida. E nada de ser apenas uma tendência passageira, viu?

Novas motivações: da economia à crise climática e ao bem-estar

A gente tem falado muito sobre compras e produtos, só que é fato que o conceito de consumo consciente também amadureceu. Se antes a conversa girava mais em torno de “comprar menos” ou “economizar”, hoje, essa discussão também tem incluído cada vez mais uma demanda sobre “comprar melhor”, com equilíbrio, saúde e responsabilidade.

De volta à pesquisa do Akatu, ela nos mostra que o comportamento sustentável passou a estar ligado não só à economia doméstica, mas também ao bem-estar e à saúde, uma vez que 70% dos brasileiros afirmaram que gostariam de ter hábitos mais saudáveis e sustentáveis, ainda que nem sempre consigam colocar tornar realidade. 

E algumas práticas estão se tornando símbolos dessa nova fase:

  • Moda sustentável e circular, que reduz o desperdício e valoriza o reuso, com o consumo consciente do que é fashion;
  • Tecnologias e ESG, com soluções que unem inovação e sustentabilidade;
  • Alimentação saudável e local, combinando bem-estar pessoal e apoio à produção responsável, muitas vezes, com efeito financeiro às comunidades. 

Essas escolhas são alguns exemplos que refletem uma mentalidade mais ampla. Isso porque não se trata apenas de proteger o meio ambiente, mas de adotar um estilo de vida coerente com o mundo que queremos viver.

Desafios persistem: as barreiras para um consumo mais consciente

Apesar do avanço, ainda há obstáculos no caminho. Nesse cenário, preço, acesso desigual à informação e disponibilidade de produtos ou serviços sustentáveis continuam sendo os principais desafios no país. 

O IBGE, por exemplo, mostra que apenas 60,5% dos municípios brasileiros possuem algum tipo de coleta seletiva, e a taxa nacional de recuperação de materiais recicláveis ainda é inferior a 3%. 

Além disso, ainda em relação aos dados da Akatu, 57% das pessoas acreditam que os produtos ou serviços sustentáveis têm preço mais alto e oferta restrita. Isso sem mencionar a falta de apoio público, a lacuna de informação (muitos consumidores não sabem identificar práticas verdadeiramente sustentáveis) e a desconfiança de Greenwashing, quando as empresas se dizem “verdes”, mas não têm ações concretas ou realmente eficientes.

Essas barreiras mostram que o consumo consciente é uma construção coletiva e em desenvolvimento. Depende de consumidores atentos, sim, mas também de empresas comprometidas e de políticas públicas que tornem as escolhas sustentáveis mais acessíveis.

Consumo consciente: pequenas atitudes, grandes impactos

Proprietário em loja de produtos a granel sorrindo, promovendo consumo consciente sem embalagens no dia do consumo consciente

O Dia do Consumo Consciente é um lembrete de que cada decisão, por menor que pareça, tem poder transformador. E que estamos, sim, avançando.

Desde 2018, o Brasil já deu passos importantes nessa direção. A conscientização cresceu, o consumo vem se tornando mais conectado com valores como equilíbrio, propósito e empatia, e a participação da sociedade está se tornando mais sólida.

O que não nos impede de dizer que há desafios, mas também, há um movimento crescente de pessoas e empresas dispostas a fazer diferente. E é por isso que nós propomos fazer o Dialogando um lugar para construir a internet que a gente quer. 

Porque repensar o consumo é também fazer o amanhã. E se você gostou de saber sobre o Dia do Consumo Consciente e se aprofundar ainda mais no tema, você vai gostar de ler, também, o nosso especial de Consumo consciente – com Ricardo Morishita, com dicas de como pequenas atitudes podem gerar grandes mudanças.

Até a próxima!

Fonte: Dialogando - No Dia do Consumo Consciente, entenda o que mudou no comportamento dos brasileiros Dialogando

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Comentário(s)

  • Hoje em dia, até pra comprar sabão a gente faz reunião com a consciência: será que é sustentável? Tem impacto social? Vai me dar paz ou só boleto? No Dia do Consumo Consciente, o recado é claro: pensar antes de comprar é o novo superpoder! VALEUUUU DIALOGANDOOOOOOOOO

  • Estudo e me considero entusiasta desse tema há quase 10 anos, desde o meu trabalho de conclusão de curso da engenharia ambiental. Por isso todos os dias trabalho um pouquinho para consumir com cada vez mais consciência e influenciar o maior número de pessoas possível para fazer o mesmo S2 Valeu e até a próxima, Dialogando! \o/

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