Inteligência artificial: avanço ou loucura?

18 de abril de 2018

Baixo custo com mão de obra, aceleração da produção, resultados mais precisos, são muitos benefícios que um robô com inteligência artificial pode proporcionar.

Desde que começaram os estudos científicos sobre inteligência artificial, por volta de 1950, houve muitos avanços, tanto que os robôs ampliaram a área de atuação. Além de estarem presentes em indústrias, se tornaram ferramenta importante para medicina e o mercado financeiro.

Mas até que ponto máquinas podem pensar e agir como seres humanos? Dizer que um robô é capaz de sentir emoções, por exemplo, é ascender à discussão sobre uma possível “revolução das máquinas”.

Para o professor do departamento de Engenharia Mecânica da PUC-Rio e coordenador da RioBotz, Marco Antonio Meggiolaro os robôs já conseguem simular emoções que podem ser programadas ou adquiridas através de experiências.

O importante é saber diferenciar o que é uma simulação do que é espontâneo. De acordo com estudos, os robôs ainda não emitem emoção ‘naturalmente’, algo pode parecer legítimo, mas na verdade acontece por acaso ou porque foi programado“, explica.

O advogado e especialista em direito digital Marcos Bruno ressalta que os robôs têm mecanismos que o ajudam a interpretar a situação vivida no momento.

Há uma série de sensores, câmeras, microfones, tecnologia de reconhecimento facial que permitem ao robô identificar o humor de uma pessoa e, dessa forma, ele pode responder e até reagir de maneira convincente a um ser emocional como é o ser humano, embora efetivamente o robô não sinta emoção”.

Outra questão importante é como os robôs conseguem discernir o que é certo e errado. Segundo o advogado e especialista em tecnologia jurídica Ricardo Freitas, a programação é novamente a protagonista. “Se o robô for treinado para fazer o certo, como atravessar na faixa de pedestre, ele agirá conforme o programado”.

Em veículos autônomos, a máquina é programada para evitar acidentes. Porém, se for preciso tirar a vida de alguém – um pedestre, por exemplo – para salvar a vida do motorista, o que o carro deve fazer?

De acordo com Meggiolaro, a robótica ainda não tem a resposta para esse dilema moral. Por outro lado, Marcos Bruno destaca o papel do site Moral Machine, uma inciativa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

“Você é colocado frente a situações e faz o seu julgamento. Há situações com idosos, crianças, animais e todo tipo de pessoa”, explica. À medida que fazem o “teste” no site, o MIT cria uma base de dados para aprimorar algoritmos e, possivelmente, o julgamento feito na internet um dia estará incorporado ao carro autônomo.

Marcos lembra que, em caso de crime, a máquina é apenas um instrumento, ou seja, o programador, desenvolvedor ou operador será o responsável perante a lei.

É inegável que a tecnologia promove inúmeros avanços para a sociedade em diversos segmentos, mas Ricardo Freitas alerta que se cair em mãos erradas pode causar muitos prejuízos. Quanto ao robô imagem e semelhança do homem, ele afirma que não é possível prever as novas descobertas, mas garante que “a criatividade e a inovação ainda são atributos humanos”.

Meggiolaro completa: “os robôs ainda estão muito longe de se tornarem seres vivos. Eles não têm consciência – característica exclusiva do homem – e precisam ser limitados para não beirar o descontrole”.

Fonte: Dialogando - Inteligência artificial: avanço ou loucura? Dialogando

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