Colaboração criativa: crowdsourcing

10 de novembro de 2016

Para falar sobre crowdsourcing vamos voltar no tempo. Em 1714, o governo britânico ofereceu uma recompensa de 20 mil libras esterlinas (em dinheiro de hoje, cerca 10 milhões de reais) para quem desenvolvesse um método preciso de medir distâncias – mais especificamente, longitudes – no mar.

O motivo era desesperador. Isso porque sete anos antes, quatro navios naufragaram e mais de 1.500 marinheiros britânicos morreram na costa da Sicília. O motivo foi que eles não conseguiam calcular sua posição no oceano em meio a uma forte tempestade.

Bateram nas ilhas como o Titanic. A solução para o desafio foi encontrada por um relojoeiro – e não um astrônomo. Chamado Jim Harrison, o inventor criou o cronômetro marinho e pôs fim a esse tipo de acidente.

Isso, na prática, é crowdsourcing. Isto é recorrer a um grupo numeroso de pessoas a fim de conseguir ideias, produtos e soluções. Em vez de trabalhar com os próprios funcionários de uma empresa ou de algum fornecedor, abre-se a perspectiva para um universo muito maior.

O que os cientistas a serviço de sua Majestade não conseguiram Jim Harrison solucionou. E ele mesmo recorreu também à ajuda de outros profissionais para desenvolver seu projeto, numa rede ainda maior de colaboradores.

Contribuição colaborativa nas redes

Se no século 18 esse modelo de produção deu certo, imagine agora com a internet e a criação de comunidades digitais. Portanto não é de hoje que o crowdsourcing existe, mas o nome mesmo só surgiu em 2005, criado pelos jornalistas americanos Jeff Howe e Mark Robinson, da Wired, uma das mais prestigiadas revistas de tecnologia do mundo. O termo pegou. E a prática cresceu, numa escala incomparável com os tempos do relojoeiro. Graças à tecnologia.

Mas como isso funciona na prática? Você, na verdade, já sabe. A Wikipedia é um dos exemplos mais bem-acabados de colaboração coletiva. São milhares e milhares de colaboradores voluntários que fazem a maior enciclopédia que já existiu, atualizada permanentemente e ajudando milhões a achar a informação – confiável – de que precisam.

Um único verbete pode ter tido a colaboração de centenas de especialistas anônimos. Os fóruns de tecnologia são outro caso excepcional. Afinal, é cada vez maior o número de pessoas que, se o computador trava, por exemplo, vão a um fórum em vez de telefonar para o suporte técnico do fabricante – que, por sinal, aprende muito com as respostas de dezenas de especialistas desconhecidos.

Seu cachorro deu para fazer xixi no seu colchão? Seu notebook não liga mais? Há plataformas como o GetNinjas. Você conta o seu problema e adestradores e técnicos de informática respondem. E é só escolher quem vai fazer o trabalho e negociar o preço.

Quer abrir uma pequena empresa e precisa de um logo? Vá ao 99 Designs e receberá propostas, sugestões e ideias – não só orçamentos. Depois, é só decidir quem vai desenvolver a identidade do seu negócio.

Os exemplos são múltiplos, e as opções não param de crescer. Grandes empresas já começam a usar. E o crowdsourcing está demonstrando que colaborar pode dar mais lucro que concorrer.

Fonte: Dialogando - Colaboração criativa: crowdsourcing Dialogando

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