Cinema e tecnologia: a renovação dos clássicos no formato live-action

9 de setembro de 2019

Quais eram os seus desenhos favoritos na infância? A Bela e a Fera, Aladdin, Tarzan, O Rei Leão? É difícil escolher só uma história favorita!

A lista de longas-metragens produzidos pela Disney é extensa e, desde 2016 com o lançamento de “Mogli, o Livro da Selva”, a empresa vem apostando cada vez mais no cinema e tecnologia para transformar desenhos clássicos em live-actions.

Para entender melhor essa onda de remakes, reboots e live-actions, conversamos com Thiago Ferreira, youtuber no canal especializado em conteúdos sobre a Disney, Imaginago, com mais de 1,6 milhões de inscritos; e Fernando Reule, artista de Efeitos Visuais na ILM – Industrial Light and Magic, empresa de efeitos especiais para filmes, em Vancouver, Canadá.

Inclusive, você já deve ter ouvido os termos: “remake”, “reboot” e “live-action”… Mas sabe o que cada um deles significa?

Remake, reboot e live-action: qual a diferença entre eles?

Remake é, na verdade, uma refilmagem de um produto audiovisual que já existe, só que com um novo elenco, modernização visual e gravação, mas sem alterar a história e mantendo o formato da obra original.

Reboot que dizer “começar do zero”, onde o filme ou a franquia ganha uma “releitura”, uma nova história, sem se basear muito em elementos de obras preexistentes.

Live-action é um termo utilizado para caracterizar os trabalhos que são feitos por atores reais, diferente das animações. A técnica pode ser utilizada tanto no audiovisual quanto em outras áreas, como na produção de games.

A indústria das animações: como era antes e como é hoje

Você já imaginou que, na época em que Walt Disney começou a fazer animações, em meados de 1920, era necessária uma equipe inteira dedicada e meses de trabalho para criar poucos segundos de um filme animado? Hoje em dia, com os avanços da tecnologia — principalmente na área audiovisual — é possível criar histórias bem-produzidas em menos tempo e, em alguns casos, com uma equipe menor.

Recursos tecnológicos como o CGI (Computer-Generated Imagery, que significa “imagens geradas por computador”) tornou possível a criação de novos clássicos da animação, como Toy Story (1995), Monstros S.A (2001) e Procurando Nemo (2003). Todos lançados pela Pixar Animation Studios, estúdio de animação que seria adquirido pela Disney posteriormente, em 2006.

A modernização de outros recursos — como o motion capture (ou captura de movimento, uma técnica utilizada para registrar movimentos humanos digitalmente) e o stop-motion (técnica de animação “quadro a quadro”) — ajudou muitas produções a ganharem vida. Grandes franquias, como Star Wars, Matrix e Senhor dos Anéis, receberam prêmios e são reconhecidos mundialmente por serem pioneiros no uso desse tipo de tecnologia.

Reule comenta que o trabalho com as animações atuais é muito diferente do que era antigamente, porque a tecnologia se modernizou e agora permite que releituras de uma história sejam feitas com mais facilidade. “Mesmo assim, a ideia de se passar uma mensagem no estilo ‘Disney’ continua lá, e toda a iniciativa de manter a magia nas histórias continua presente” e complementa: “São técnicas diferentes de trabalho, e no fim o que importa é a criatividade e a mensagem a ser passada”.

Como a tecnologia do cinema ajudou na renovação de clássicos

Atualmente, o mercado de cinema é um dos que mais lucra no mundo inteiro. Em 2016, os cem filmes mais lucrativos faturaram, juntos, cerca de 25,6 bilhões de dólares. Portanto, investir mais nesse tipo de produção foi um fator que influenciou diretamente no sucesso dos live-actions.

Nós fizemos um levantamento e descobrimos os valores de produção das animações originais e dos live-actions mais recentes da Disney. Confira!

Animação e live-actions

O Youtuber comenta que a renovação dos clássicos é algo positivo tanto para a indústria quanto para os fãs. “Não enxergo lado negativo nisso, a não ser que seja uma decisão definitiva, como não produzir novas animações porque agora decidiram fazer só live-action, que não é o caso. Enquanto existirem as duas coisas e pessoas querendo ver aquilo e gostando, como eu, acredito que teremos as duas opções sempre. Mas, nesse debate, o mais importante é, em ambos os formatos — animação ou live-action —, serem acessíveis ao público”.

Thiago, o Imaginago, comenta que a empresa tem apostado nesse tipo de formato porque neste momento estamos vivendo um momento de transformações na história das animações da Disney, com os projetos de continuação ou repaginada de grandes clássicos.

“Hoje, a Disney é dona de vários outros estúdios, como Pixar, Fox, Marvel, Lucasfilm […] Então, esses outros projetos acabam entrando em conflito com as outras produções originais dela mesmo, que são as animações”, e pontua: “A questão do live-action é que, assim como outras produções, isso foi algo que deu certo para a Disney. E como isso gera lucro, eles vão continuar fazendo. Por mais que as outras animações demorem para acontecer, fazer esses live-actions é algo rentável para a empresa”, relata.

Reule concorda e diz que a estratégia da empresa só tem dado certo com o passar do tempo. “A segunda década dos anos 2000 testemunhou muito apreço à nostalgia, muito provavelmente como uma reação ao frenesi de novidades causado pelas mídias sociais”, analisa e complementa: “Então, a estratégia de dar uma nova ‘roupa’ pra coisas que estamos apegados emocionalmente parece ter funcionado bastante”.

O cinema e a tecnologia nos trouxeram muitas novidades, e vem muito mais por aí, como os live-actions dos filmes “A Pequena Sereia“, “A Dama e o Vagabundo” e “Mulan“! E você, já viu sua animação favorita sendo adaptada em formato live-action? O que você achou? Conte pra gente nos comentários! 😉

Fonte: Dialogando - Cinema e tecnologia: a renovação dos clássicos no formato live-action Dialogando

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