As interações on-line entre pais e filhos adolescentes na era digital

1 de fevereiro de 2016

Facebook, Instagram, WhatsApp, Snapchat, Pinterest, Twitter. As plataformas de redes sociais são muitas e dificilmente hoje em dia alguém resiste a experimentar pelo menos uma delas. É indiscutível que estes ambientes on-line revolucionaram as relações humanas em uma velocidade espantosa

Vinícius Paiva, de 16 anos, conta que não se lembra quando foi apresentado à Internet, mas confessa que não sabe como a mãe, hoje com 41 anos, viveu sem a ferramenta durante toda sua juventude. “Nem imagino como era para fazer trabalhos de escola e manter contatos com os amigos naquela época”.

Vinícius faz parte da chamada “Geração Z”, nascida nos anos 90 e criada com fácil acesso aos computadores e smartphones. Praticamente todas as pessoas com quem ele fala diariamente estão a um clique. Uma delas é a namorada Juliana, um ano mais nova, que mora na cidade vizinha à dele.

O namoro, que completa um ano, vai bem mesmo à distância, garante o garoto. Segundo ele, a Internet ajuda. São centenas de mensagens diárias pelo WhatsApp, gestos de carinho em forma de emoticon (aquelas expressões representadas por carinhas e outros desenhos coloridos) e declarações públicas no perfil um do outro.

Porém, esta relação não é tão próxima com os pais nos espaços digitais, por exemplo. Com contas em dezenas de redes sociais e aplicativos, ele confessa que tem arrepios só em pensar na possibilidade de ser amigo da mãe ou do pai no Facebook, por exemplo. “Acho que não ia me sentir a vontade em mandar mensagens para Juliana sabendo que minha mãe poderia ver”.

Mas essa não é a maior preocupação do menino. Para ele, ter os pais atuantes em serviços e plataformas na Internet é mico na certa. Segundo vários estudos sobre o comportamento dos jovens no mundo on-line, Vinícius não está sozinho. Crianças e adolescentes, em geral, preferem migrar para redes sociais menos frequentadas pelos adultos.

De toda forma, a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo em Pesquisa em Psicologia e Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, não vê problemas nisso. “O adolescente sempre gostou de ter seu espaço próprio definido e é importante respeitar isso. Com a proximidade dos adultos é normal eles se sentirem mais expostos”.

Ainda assim, é importante lembrar que os pais não podem confundir as habilidades instrumentais de uso da Internet com a capacidade crítica e a maturidade dos filhos para desenvolver relações sociais saudáveis e respeitosas, dentro e fora das redes. Ao confundir essas habilidades, muitos pais deixam os filhos completamente à deriva nos ambientes on-line e esquecem que também no mundo virtual eles precisam de referências sobre formas de autocuidado e de critérios para equilibrar suas exposições, afirma o psicólogo Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet Brasil. “Por mais digitais que sejam essas novas gerações, noções básicas de cidadania, respeito e mesmo as noções de privacidade precisam ser debatidas também com os pais e familiares, já que muitas crianças e pré-adolescentes têm estas referências como base para seus comportamentos nas redes sociais, mesmo que seja para questioná-las”, comenta.

Fonte: Dialogando - As interações on-line entre pais e filhos adolescentes na era digital Dialogando

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Newsletter

Receba nossas notícias e fique por dentro de tudo ;)

Nós utilizamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar navegando, consideramos que está de acordo com a nossa Política de Privacidade.

Telefonica